O que é comunicação interatrial (CIA) ?

 

Comunicação interatrial (CIA)

Acomunicação interatrial é um defeito congênito de fechamento do septo interatrial, que é a estrutura que divide parte do coração entre os lados direito e esquerdo. Durante a formação embrionária do coração estes dois lados se dividem através de uma estrutura chama septo interatrial. Porém em algumas pessoas este septo não se forma adequadamente com persistência de um defeito (buraco) que comunica os dois lados do coração causando mistura do sangue com e sem oxigênio.

Existem diversos tipos de comunicação interatrial, sendo a mais comum delas a do tipo ostiosecundum que localiza-se normalmente no meio do septo. O defeito pode apresentar diversos tamanhos e permitir a mistura em graus variados do sangue do lado esquerdo (rico em oxigênio) ao do lado direito (pobre em oxigênio).

Além disso a presença do defeito causa aumento do fluxo sanguíneo que passa pelos pulmões a cada batimento cardíaco. A presença por períodos prolongados deste fluxo de sangue aumentado nos pulmões pode causar um quadro conhecido por hipertensão pulmonar. Caso a comunicação interatrial não seja tratada no momento adequado a pressão pulmonar pode atingir níveis críticos e determinar a morte do indivíduo.

Habitualmente esta doença é diagnóstica precocemente na vida, muitas das vezes pelo pediatra, ou mais tardiamente (em adultos) em exames de rotina ou após o aparecimento de sintomas causados pelo fluxo aumento de sangue nos pulmões.

A presença da comunicação pode pode causar adicionalmente a passagem de coágulos para o lado esquerdo do coração e causar fenômenos embólicos com significativa repercussão. O acidente vascular cerebral (AVC) é um deles, sendo que a maioria das pessoas que sofrem um AVC devem ter a presença da CIA investigada.

Comunicacao Interatrial

Sinais e Sintomas

Normalmente a comunicação interatrial causa os seguintes sintomas:

  • Falta de ar
  • Cansaço

Em casos de embolia podemos ter:

  • Paralisia de parte do corpo
  • Alterações de comportamento e/ou memória
  • Alterações de visão
  • Dificuldade de fala
  • Esfriamento de parte do corpo (perna/braço/pé)
  • Dor abdominal

Vale lembrar que nem todos os sintomas estão presentes em todos os indivíduos e que quanto maiores os sintomas, maior a probabilidade de gravidade da doença.

Pessoas portadoras de forame oval patente podem permanecer por longos períodos assintomáticos o que não significa que estas não correm risco. Mesmo indivíduos assintomáticos podem apresentar risco de embolização.


 

Tratamento do Forame Oval Patente e da Comunicação Interatrial

 

Tratamento Medicamentoso

Infelizmente não existe tratamento com remédios para o forame oval patente e a comunicação interatrial. Alguns medicamentos podem diminuir um pouco os sintomas. A única solução definitiva é o fechamento do defeito.

Atualmente, existem diversas maneiras de oclusão do defeito que só podem ser determinadas por uma equipe capacitada em múltiplas técnicas.

Tratamento Cirúrgico Convencional

O tratamento convencional é um procedimento bem estabelecido e com resultados excelentes se bem indicado e executado. Ele é capaz de salvar a vida do paciente. A indicação da cirurgia depende de uma cuidadosa avaliação da condição clínica, dos problemas de saúde associados, da idade do paciente.

A cirurgia requer a abertura da cavidade torácica e a parada do coração com auxílio da máquina coração-pulmão (circulação extracorpórea).Na cirurgia é realizado o fechamento do defeito que pode necessitar de implante de material protético. Apesar dos bons resultados do procedimento existem alguns riscos que variam de paciente a paciente.

Habitualmente a cirurgia necessita de:

  • Anestesia geral
  • Abertura do tórax
  • Duração de 1-2 horas
  • Internação ao redor de 5 dias
  • Recuperação ao redor de 20-30 dias

Tratamento Cirúrgico Minimamente Invasivo

Tradicionalmente é necessária uma incisão mediana longa, porém já é possível realizar o procedimento através de incisões menores, medianas ou laterais. Através destas técnicas é possível promover uma recuperação mais rápida, menos dolorosa e tão segura quanto a cirurgia convencional. Nestes casos a cirurgia é realizada com auxílio de equipamento de vídeo e/ou tecnologia robótica.

tratamento cirurgico minimamente invasivo

Tratamento por cateter

Em alguns indivíduos, na dependência das condições clínicas, do tamanho e da localização do defeito cardíaco é possível realizar o fechamento por técnicas de cateterismo cardíaco que são significativamente menos agressivas e de recuperação mais rápida.

Neste procedimento umoclusor especialmente desenvolvido para este fim é colocado no coraçõa por técnicas de cateterismo cardíaco através de um pequena punção na região da virilha. Com auxílio de aparelhos de radiografia e ecocardiografia a prótese e posicionada dentro do coração e fecha o defeito.

Estudos demonstram que a técnica é capaz de reduzir o tempo de internação, abreviar a recuperação, reduzir a possibilidade de transfusão sanguínea e o risco operatório.

Como a válvula a prótese chega ao coração ?

Habitualmente a prótese é colocada dentro do coração através de uma punção na veia femoral (virilha) (menor que 1 cm) sob anestesia local e sedação.

implante em cia

Entendendo o procedimento por cateterismo

 

Passos do procedimento

Antes do Procedimento

Antes do procedimento é necessária uma avalição cuidadosa de seu caso por uma equipe especializada neste tipo de implante. É realizada uma avalição multiprofissional por cardiologistas, cirurgiões, anestesistas e outros especialistas.

Estas consultas incluem detalhada avaliação de todos os seus exames e do exame clínico no intuito de realizar um planejamento adequado não apenas do procedimento mas de todos os cuidados necessário no pós-operatório de modo a proporcionar uma recuperação adequada e redução dos riscos.

O ecocardiogramatransesofágicoé um exame de fundamental importância, pois ela irá determinar o tamanho de seu coração e do defeito, proporcionando a escolha do melhor tamanho de prótese adequada a anatomia do paciente.

Durante o Procedimento

O procedimento é realizado em uma sala de cirurgia especializada conhecida por sala cirúrgica híbrida que reúne modernos equipamentos de monitorização e diagnóstico por imagem. Um time de especialistas (Heart Team), especialmente treinado nestes procedimentos, executa o implante.

Durante o mesmo um pequeno cateter é introduzido pela veia femoral (virilha) através de uma incisão de aproximadamente 1 cm, sendo em seguida guiado até o coração por equipamentos modernos de imagem.

Uma prótese especial é comprimida dentro de um pequeno tubo denominado cateter e posicionado no coração. Em seguida o médico especialista libera a prótese em sua posição correta.

O procedimento é realizado com anestesia local ou geral na dependência das condições do paciente. Em média, o procedimento dura entre 1 e 2 horas.

Em média o paciente permanece internado por 2 dias e retorna as suas atividades habituais em 7 dias.

Um procedimento usual é composto por:

  1. Anestesia do paciente
  2. A equipe médica responsável prepara o local de acesso paraa prótese
  3. O paciente é monitorizado com ecocardiogramatransesofágico e um aparelho de raio-x (fluoroscopia)
  4. São realizadas novas medidas do defeito para confirmar os exames
  5. A prótese é prepara e inserida por um pequeno tubo (cateter) e colocada em posição dentro do coração 
  6. A prótese é libera e sua posição confirmada pelo ecocardiograma
  7. Imediatamente é verificado o funcionamento da prótese
  8. O sistema é removido e o local de acesso do cateter ocluído

Após o procedimento

Após o implante os pacientes são encaminhados para recuperação anestésica. Lá os principais sinais vitais são monitorizados (batimentos cardíacos, oxigenação, pressão arterial). Normalmente os pacientes permanecem sob observação por 24 horas após o procedimento.

Os matérias usados para oclusão tem uma longa história de segurança e tem sido largamente utilizados no coração. Não é esperada nenhuma reação de rejeição. Dentro de alguns dias o próprio tecido do organismo começa a crescer sobre a prótese. Em 3 a 6 meses a prótese estará completamente coberta e fará parte do coração do paciente.

O paciente não será capaz de perceber que existe a prótese dentro de seu corpo. A prótese não é afetada por aparelhos de RX de aeroportos ou por dispositivos de uso doméstico (forno de micro-ondas, celulares etc).

É permitido caminhar logo após 8 horas. E em média após 2 dias os pacientes retornam para casa.

A equipe multiprofissional acompanha o paciente após a sua alta em diversas consultas que incluem toda a orientação de retomada de suas atividades como programas especialmente elaborados para reabilitação.

Riscos

Apesar da técnica, em pacientes corretamente selecionados, apresentar menor risco que a cirurgia convencional este ainda é um procedimento cirúrgico realizado no coração. O paciente deve discutir extensivamente com a equipe especialista sobre seus riscos que variam conforme sua condição de saúde.

Somente uma avaliação multiprofissional pode determinar adequadamente a quais riscos cada caso está exposto e quais medidas serão tomadas com o objetivo de reduzir ao máximo os mesmos.

Nem todos os defeitos podem ser ocluídos com esta técnica, e alguns cuidados devem ser tomados incluindo:

  1.  Defeitos muito grandes podem não ser adequados a oclusão por cateterismo
  2. Pacientes com acesso venoso (veia femoral) muito finas podem não ser adequados
  3. A presença de coágulos dentro do coração pode contra indicar o procedimento antes de seu tratamento adequado 
  4. A presença de outros defeitos cardíacos associados pode não recomendar o procedimento
  5. Pacientes com alterações graves da coagulação
  6. Presença de infecções ativas

Após o procedimento

O tratamento não acaba com o implante do dispositivo de oclusão. Após o procedimento é fundamental que o paciente seja reavaliado periodicamente pela equipe de especialistas. As reavaliações buscam orientar o paciente sobre diversos aspectos incluindo:

  • Eventuais restrições de atividade física
  • Programa de reabilitação cardiovascular
  • Retomada das atividades habituais
  • Orientações alimentares

Além disso, são realizados exames de avaliação da função da oclusão, incluindo o ecocardiograma.

O paciente e seus outros médicos também recebem um relatório detalhado sobre o procedimento com orientações e cuidados necessários após o implante no coração. O dentista também precisa ser informado desta nova condição.

É muito importante que o paciente mantenha guarda cuidadosa deste relatório para ser apresentado a outros profissionais de saúde que eventualmente necessitam atende-lo em outras ocasiões.

Benefícios do procedimento

Apesar de tratar-se de um procedimento menos invasivo, diversos estudos têm demonstrado uma série de benefícios deste procedimento:

  • Alívio de sintomas Os pacientes operados com está técnica demonstram em curto período de tempo uma melhora significativa dos sintomas de dispneia (falta de ar)
  • Diminuição dos riscos de embolização
  • Melhora da função do coração

Existe melhora documentada na maioria dos casos de diminuição da hipertensão pulmonar.

Prof. Dr. Diego Gaia

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© 2019 | Prof. Dr. Diego Gaia - Cirurgia Cardiovascular - CRM 107683/SP
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