Tratamento da Pneumonia por COVID19. ECMO - Extracorporeal Membrane Oxigenator (Oxigenador de Membrana Extracorpórea)

Tratamento da Pneumonia por COVID19. ECMO - Extracorporeal Membrane Oxigenator (Oxigenador de Membrana Extracorpórea)

A pneumonia por coronavírus (COVID19) tem se tornado epidêmica no Brasil e no mundo. A organização mundial de saúde declarou a infecção por coronavírus uma pandemia em 11 de março de 2020. Desde então milhões de pessoas adquiriram a infecção pelo coronavírus com diferentes graus de gravidade. Estas infecções geraram um aumento expressivo da utilização dos recursos de internação hospitalar, terapia intensiva (UTI) e suporte respiratório com necessidade muitas vezes de ventilação mecânica. Estudos demonstram que até 88% dos pacientes em terapia intensiva necessitam de ventilação mecânica invasiva ou não invasiva. Uma parte destes pacientes não responde adequadamente apesar de parâmetros máximos e otimizados de ventilação mecânica apresentando falência na captação de oxigênio pelos pulmões (hipoxemia) ou de liberação de gás carbônico (hipercarbia). Nestas situações de falência dos recursos de ventilação mecânica convencional a ECMO (Extracorporeal membrane oxigenation) (Oxigenação por membrana extracorpórea) pode ser a única alternativa, em casos selecionados, de salvar a vida do paciente.

O que é COVID-19?

O COVID-19 é uma doença causada por um novo vírus da família coronavírus chamado de SARS-Cov-2. Os primeiros relatos de infecção foram reportados em dezembro de 2019 na região de Wuhan na China.

O coronavírus pode causar uma infecção respiratória grave. A infecção por coronavírus pode muitas vezes passar desapercebida como uma gripe comum. Aproximadamente 80% das pessoas se recuperam da infecção sem necessitar de internação ou suporte hospitalar. 15% das pessoas irão necessitar de oxigênio suplementar e 5% de internação em unidade de terapia intensiva, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.

A mortalidade da doença pode ser especialmente alta em subgrupos selecionados como idosos, portadores de doenças sistêmicas incluindo a obesidade. As causas mais frequentes de morte são a insuficiência respiratória, sepse e choque séptico. Outras causas de complicação do quadro são episódios de tromboembolismo, insuficiência de múltiplos órgãos, insuficiência cardíaca e renal.

Geralmente o período de incubação da doença é de 5-6 dias após o contágio, podendo variar em 1-14 dias. A seguir o paciente passa a apresentar sintomas abaixo listados.

A infecção muito contagiosa e pode ser transmitida pela respiração e pelo contato com superfícies contaminadas. Paciente assintomáticos podem ser transmissores da doença o que pode dificultar o isolamento de pacientes portadores do vírus.

O tratamento inicial envolve o alívio sintomático e o repouso, porém casos potencialmente graves necessitam de tratamento específico com medidas hospitalares, incluindo o uso de corticoides e anti coagulantes em casos selecionados. Até o momento não existe um tratamento específico e totalmente eficaz para esta doença o que dificulta seu tratamento e controle da pandemia.

Atualmente diversas vacinas foram aprovadas ao redor do mundo para redução da chance de infecção pelo coronavírus porém sua eficácia, duração e possíveis efeitos colaterais ainda são parcialmente desconhecidos.

Vírus H1N1

Quais os sintomas do coronavírus?

Os sintomas são semelhantes aos de uma gripe comum e podem incluir:

Comuns:

Outros:

Ao apresentar estes sintomas o paciente deve se dirigir a um serviço de saúde e ser imediatamente avaliado por um médico especialista. Além da avaliação clínica somente testes sorológicos (de sangue) e de PCR podem determinar se os sintomas são decorrentes de infecção por coronavírus.

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Todas as pessoas com coronavírus vão apresentar quadros graves ?

Nem todas as pessoas infectadas por coronavírus vão apresentar quadros graves e risco de morte, porém algumas delas podem apresentar piora da capacidade do pulmão em realizar as trocas gasosas e oxigenação adequada do sangue. Este quadro é conhecido como insuficiência respiratória.

O que causa a insuficiência respiratória ?

A insuficiência respiratória é causada por uma intensa inflamação do pulmão secundária a infecção pelo vírus COVID-19. Conforme a inflamação e a infecção avançam o pulmão torna-se cada vez mais comprometido e incapaz de realizar trocas gasosas adequadamente, isto é, oxigenar o sangue e retirar o gás carbônico.

Como se trata a insuficiência respiratória ?

O tratamento da insuficiência respiratória envolve diversos passos, incluindo:

Como tratar casos mais graves e refratários ?

Muitas vezes apesar do tratamento clínico instituído e a ventilação mecânica invasiva o paciente não apresenta a melhora esperada.

Alguns pacientes podem permanecer com níveis elevados de gás carbônico no sangue (CO2) e baixa oxigenação apesar de estarem recebendo oxigênio em altas doses. Casos como estes podem alcançar parâmetros críticos e incompatíveis com a vida se nenhuma terapia invasiva for adicionada em curto período de tempo.

Nestes cenários o ECMO (extra corporeal membrane oxigenator) pode promover a estabilização do paciente através da retirada de gás carbônico e oxigenação do paciente durante o período de recuperação da infecção.

O paciente em uso de ECMO tem a função de seu pulmão substituída por uma máquina temporariamente até que a infecção esteja controlada e o seu próprio pulmão recuperado da infecção e capaz de oxigenar o sangue por si só. Estudos tem demonstrado que o ECMO é capaz de reduzir a mortalidade em pacientes com coronavírus.

O ECMO

ECMO é a abreviação de Extra Corporeal Membrane Oxigenator (oxigenador de membrana extracorpórea). Este é um dispositivo capaz de substituir as funções do pulmão do paciente (oxigenação do sangue e retirada de gás carbônico) em situações em o pulmão não é capaz de realizar as mesmas.

O ECMO é conectado ao paciente com indicação de seu uso (insuficiência respiratória grave e refratária) através de cânulas (tubos) que retiram o sangue sem oxigênio do paciente e o fazem circular por uma membrana (dispositivo que funciona como um pulmão artificial) realizando a oxigenação e a retirada de gás carbônico. A seguir o sangue é retornado ao paciente por outra cânula tornado a oferta de oxigênio aos tecidos adequada. Todo o procedimento de instalação pode ser executado a beira do leito sob monitorização de uma equipe especializada e monitorizado por ecocardiograma transesofágico. Todos os indivíduos com ECMO precisam permanecer em um ambiente de terapia intensiva e sob supervisão constante de um equipe treinada na manipulação do sistema. Durante a sua utilização diversos parâmetros precisam ser constantemente monitorizados e ajustados.

Não existe um tempo fixo de permanência do sistema. Ele pode permanecer conectado ao paciente por muitos dias e na maioria das vezes permanece ligado até a melhora do quadro de inflamação e/ou infecção pulmonar. Após a melhora do pulmão e o retorno de sua capacidade de oxigenação o sistema é desconectado do paciente que retoma sua respiração através de seu próprio pulmão. O ECMO também pode ser utilizado em transporte de pacientes com insuficiência respiratória grave entre hospitais diferentes, cidades, estados ou até mesmo países. Um cenário possível é a instalação do sistema em um UTI longe de um grande centro e o transporte por ambulância, helicóptero ou avião até um centro especializado.

Somente uma equipe habilitada em ECMO pode determinar a necessidade de sua uso, realizar sua instalação e condução. Assim como o transporte de um paciente em ECMO.

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Referências

- Extracorporeal membrane oxygenation (ECMO) in patients with H1N1 influenza infection: a systematic review and meta-analysis including 8 studies and 266 patients receiving ECMO.
- Zangrillo A, Biondi-Zoccai G, Landoni G, Frati G, Patroniti N, Pesenti A, Pappalardo F. Crit Care. 2013 Feb 13;17(1):R30. doi: 10.1186/cc12512.
- Extracorporeal Membrane Oxygenation for 2009 Influenza A(H1N1) Acute Respiratory Distress Syndrome.
- Australia and New Zealand Extracorporeal Membrane Oxygenation (ANZ ECMO) Influenza Investigators1, Davies A, Jones D, Bailey M, Beca J, Bellomo R,Blackwell N, Forrest P, Gattas D, Granger E, Herkes R, Jackson A, McGuinness S, Nair P, Pellegrino V, Pettilä V, Plunkett B, Pye R, Torzillo P, Webb S, Wilson M, Ziegenfuss M.
- JAMA. 2009 Nov 4;302(17):1888-95. doi: 10.1001/jama.2009.1535. Epub 2009 Oct 12.