Quando Trocar e Como Evitar a Reoperação Aberta
Com o passar dos anos, muitos pacientes que receberam próteses valvares biológicas podem desenvolver falhas estruturais, como vazamentos (insuficiência) ou dificuldade de abertura da válvula (estenose). Essa deterioração faz parte da evolução natural das válvulas biológicas e pode comprometer o funcionamento do coração.
A boa notícia é que hoje é possível realizar a
troca dessas próteses por cateter, com técnica minimamente invasiva chamada
Valve-in-Valve, evitando reoperações de alto risco.

O que é a disfunção de prótese valvar?
A disfunção ocorre quando a válvula implantada começa a falhar com o tempo. Isso pode acontecer de forma silenciosa, mas com o tempo leva a sintomas como:
- Falta de ar aos esforços
- Cansaço e fadiga
- Dor no peito
- Inchaço nas pernas
- Arritmias
- Redução da capacidade funcional
- Desmaios ou tontura
Esses sintomas indicam que a válvula pode estar deformada, calcificada ou com perda da função. O tratamento precoce evita internações frequentes e insuficiência cardíaca.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é feito por:
- Ecocardiograma transtorácico ou transesofágico 3D
- Tomografia computadorizada cardíaca
- Ressonância magnética do coração
- Avaliação clínica especializada
Esses exames determinam a gravidade da disfunção, o tipo da prótese antiga e se há indicação para substituição.
Como tratar a disfunção da prótese?

1. Cirurgia convencional de reoperação
- Retirada da prótese antiga e implante de nova prótese
- Necessita de abertura do tórax e circulação extracorpórea
- Associada a maior risco, principalmente em idosos ou pacientes frágeis
2. Valve-in-Valve – Troca da prótese por cateter
É um procedimento minimamente invasivo em que uma nova válvula é implantada dentro da válvula antiga, sem necessidade de reoperação aberta.
- Indicado para próteses aórticas, mitrais, tricúspides e pulmonares biológicas com falência.
- Técnica aprovada por diretrizes internacionais (ESC/EACTS 2021).
Realizada em
sala cirúrgica híbrida com equipe especializada.
Como a válvula chega ao coração?
As principais vias de acesso são:
- Virilha (via femoral) – mais comum
- Subclávia (próximo ao ombro)
- Transaórtica (entre as costelas)
- Carótida (pescoço)
- Ponta do coração (transapical)
A escolha depende da anatomia e do histórico clínico do paciente, com base na
tomografia cardíaca.

Etapas do procedimento Valve-in-Valve
- Avaliação por Heart Team multiprofissional
- Tomografia para dimensionamento da válvula
- Implante realizado por cateter (incisão de 1 cm na virilha)
- Liberação da nova válvula dentro da antiga
- Alta em 2–3 dias e retorno às atividades em 7–10 dias
O procedimento é guiado por raio-X (fluoroscopia) e ecocardiografia transesofágica em tempo real.
O procedimento é realizado em uma sala de cirurgia especializada conhecida por sala cirúrgica híbrida que reúne modernos equipamentos de monitorização e diagnóstico por imagem. Um time de especialistas (Heart Team), especialmente treinado nestes procedimentos, executa o implante.

Apesar da técnica, em pacientes corretamente selecionados, apresentar menor risco que a cirurgia convencional este ainda é um procedimento cirúrgico realizado no coração. O paciente deve discutir extensivamente com a equipe especialista sobre seus riscos que variam conforme sua condição de saúde.
Somente uma avaliação multiprofissional pode determinar adequadamente quais riscos cada caso está exposto e quais medidas serão tomadas com o objetivo de reduzir ao máximo os mesmos.
Benefícios do Valve-in-Valve
- Redução do risco de morte em comparação com reoperação
- Rápida recuperação (alta precoce e retorno às atividades)
- Alívio de sintomas como falta de ar e dor no peito
- Melhora da função cardíaca documentada em até 7 dias
- Melhoria da qualidade de vida e da tolerância ao esforço
Técnica segura e aprovada pela
Sociedades Brasileiras de Cirurgia Cardiovascular e Sociedades internacionais de especialidade.
Após o procedimento
- Internação em UTI por 24h para monitoramento
- Retorno para casa em 48–72 horas
- Programa de reabilitação cardíaca personalizado
- Reavaliações com ecocardiograma e exames clínicos
- Relatório médico completo fornecido ao paciente e demais profissionais de saúde (inclusive dentista)
O acompanhamento deve ser feito com equipe especializada e certificada.
Por que operar com o Prof. Dr. Diego Gaia?
Cirurgião cardiovascular com mais de 1500 implantes por cateter
Certificado em todas as vias de acesso (femoral, subclávia, transaórtica, transapical)
Coordenador do centro de treinamento da UNIFESP – Escola Paulista de Medicina
Referência em cirurgia cardíaca minimamente invasiva no Brasil
Perguntas Frequentes
O que é disfunção de prótese valvar?
É a deterioração de uma válvula cardíaca artificial (prótese), que pode voltar a apresentar vazamento (insuficiência) ou estreitamento (estenose), comprometendo a função do coração.
Quais são os sintomas?
- Falta de ar ao esforço
- Cansaço e fraqueza
- Dor no peito
- Inchaço nas pernas ou abdome
- Arritmias e desmaios
- Redução da capacidade física
Como é feito o diagnóstico?
Com exames como ecocardiograma 3D, tomografia cardíaca e ressonância magnética, além da avaliação clínica com um especialista.
Toda prótese precisa ser trocada após certo tempo?
As próteses biológicas têm vida útil limitada (geralmente de 10 a 15 anos). Quando ocorre falência funcional, pode haver necessidade de troca, principalmente se houver sintomas ou comprometimento do coração.
É possível evitar uma nova cirurgia?
Sim. A técnica Valve-in-Valve permite trocar a prótese por cateter, evitando abertura do tórax e reduzindo os riscos de uma nova cirurgia convencional.
O que é Valve-in-Valve?
É um procedimento minimamente invasivo em que uma nova válvula é implantada dentro da antiga, por cateter, sem necessidade de reabrir o peito.
Quais são os benefícios do Valve-in-Valve?
- Menor risco de complicações
- Recuperação rápida (alta em até 3 dias)
- Sem cicatriz no tórax
- Melhora imediata dos sintomas
- Procedimento seguro e aprovado por sociedades internacionais
Quais válvulas podem ser tratadas com Valve-in-Valve?
Válvulas biológicas falhadas nas posições aórtica, mitral, tricúspide ou pulmonar podem ser tratadas com essa técnica.
O Dr. Diego Gaia realiza esse tipo de procedimento?
Sim. O Prof. Dr. Diego Gaia é referência nacional em cirurgia minimamente invasiva e valve-in-valve, com mais de 1500 implantes por cateter.
Sobre o médico
Prof. Dr. Diego Gaia
Cirurgião Cardiovascular | CRM-SP 107683 | RQE 61429
Professor e chefe do Setor de Doenças Estruturais do Coração da Disciplina de Cirurgia Cardiovascular da Universidade Federal de São Paulo. com doutorado pela Escola Paulista de Medicina. Possui MBAs de Harvard e Insper SP, especializações em cirurgia minimamente invasiva na Bélgica e cirurgia robótica nos EUA. Coordena o setor de Cardiologia do Hospital Santa Catarina e Cirurgia Cardiovascular do Hospital AC Camargo. Reconhecido em 2019 pelo PCR London Valves por uma técnica inovadora, é Certificado por sociedades brasileiras em Cirurgia Cardiovascular e implante de próteses e soma mais de 1000 implantes realizados e técnicas pioneiras.
Destaques
- Doutor pela Unifesp
- Certificação em Cirurgia Robótica
- Certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular