O que é Insuficiência Aórtica?
A insuficiência aórtica é uma doença cardíaca em que a válvula aórtica – responsável por permitir a passagem do sangue do coração para o restante do corpo – não se fecha corretamente. Como consequência, parte do sangue retorna ao coração a cada batimento, provocando uma sobrecarga volumétrica do ventrículo esquerdo.
Com o tempo, o coração dilata, hipertrofia e perde sua capacidade de bombear sangue adequadamente. Essa condição leva, progressivamente, ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca congestiva, que pode comprometer severamente a qualidade de vida e a sobrevida do paciente.
Quem pode ter insuficiência aórtica?
A condição pode acometer indivíduos de qualquer idade, mas é mais comum em homens entre 30 e 60 anos. Diversas doenças podem causar a insuficiência aórtica, incluindo:
- Válvula aórtica bicúspide (congênita)
- Febre reumática (histórico mais comum no passado)
- Hipertensão arterial sistêmica
- Dissecção de aorta
- Endocardite infecciosa
- Síndrome de Marfan
- Aneurisma da aorta ascendente
- Espondilite anquilosante
- Lúpus eritematoso sistêmico
- Traumatismos torácicos
- Sífilis (em estágios avançados)
Diferentes mecanismos de insuficiência aórtica
Sintomas e Sinais
A insuficiência aórtica pode evoluir por anos sem sintomas. Contudo, mesmo pacientes assintomáticos correm risco de complicações graves, como morte súbita ou descompensação cardíaca.
Vale lembrar que nem todos os sintomas estão presentes em todos os indivíduos e que quanto maiores os sintomas maiores as probabilidades de gravidade da doença.
Principais sintomas:
- Falta de ar aos esforços ou ao deitar (dispneia)
- Cansaço fácil
- Palpitações ou arritmias
- Sopro cardíaco detectado no exame clínico
- Dor no peito (angina)
- Desmaios (síncope)
- Inchaço (edema) de pernas, pés ou abdômen
- Despertar noturno com falta de ar (dispneia paroxística noturna)
Diagnóstico
O diagnóstico envolve avaliação clínica por especialista e exames complementares, como:
- Ecocardiograma transtorácico: método principal para detectar o refluxo de sangue, avaliar a função ventricular e o grau de regurgitação. Ele permite estimar a gravidade da doença e a necessidade de intervenção.
- Ecocardiograma transesofágico: fornece imagens de alta resolução para análise detalhada e tridimensional da válvula com imagens mais detalhadas quando comparado ao exame transtorácico.
- Tomografia Computadorizada Cardíaca: útil para avaliação da aorta e planejamento cirúrgico, especialmente em casos com dilatação aórtica. O exame utiliza técnicas computadorizadas de reconstrução de imagem para reproduzir e avaliar não apenas a válvula, mas o coração e a aorta do paciente.
- Ressonância Magnética Cardíaca: exame complementar, que pode ser necessário, para avaliação volumétrica e funcional do ventrículo esquerdo.
Tratamento da Insuficiência Aórtica
Tratamento clínico
A medicação pode aliviar sintomas e controlar arritmias, mas não corrige o defeito na válvula. O tratamento definitivo é cirúrgico.
Tratamento Cirúrgico da Insuficiência Aórtica
A substituição ou o reparo da válvula é o único tratamento que interrompe a progressão da doença e melhora a expectativa de vida.
Opções cirúrgicas:
Cirurgia Convencional (Esternotomia Mediana)
- Técnica clássica com excelentes resultados.
- Necessita abertura completa do tórax e uso de circulação extracorpórea.
- Indicada em pacientes com anatomia complexa ou doenças associadas.
- Internação: cerca de 5-7 dias.
- Recuperação: cerca de 3-4 semanas.
Cirurgia Minimamente Invasiva / Robótica
- Realizada por incisões menores (laterais ou centrais).
- Menor trauma cirúrgico, dor reduzida e alta hospitalar precoce.
- Internação: cerca de 3-5 dias.
- Recuperação: geralmente em 2 a 3 semanas.
- Procedimento ideal para pacientes elegíveis que desejam menor impacto estético e recuperação mais rápida.
Tratamento Transcateter (TAVI)
- Indicado em casos altamente selecionados, principalmente em pacientes com próteses biológicas disfuncionantes ou com risco cirúrgico proibitivo.
- Ainda não está amplamente disponível para insuficiência aórtica nativa no Brasil.

Benefícios da Cirurgia Valvar Aórtica
- Redução comprovada na mortalidade
- Melhora da função cardíaca e força de contração
- Reversão parcial da dilatação cardíaca
- Aumento da capacidade para exercícios físicos
- Retorno às atividades cotidianas com segurança
- Melhora significativa na qualidade de vida
Pós-operatório e acompanhamento
O tratamento da insuficiência aórtica não acaba com o implante/reparo da válvula. Após o procedimento é fundamental que o paciente seja acompanhamento regular com o cirurgião cardiovascular e cardiologista. As reavaliações buscam orientar o paciente sobre diversos aspectos incluindo:
- Eventuais restrições de atividade física
- Programa de reabilitação cardiovascular
- Retomada das atividades habituais
- Orientações alimentares
Além disso, são realizados exames de avaliação da função da nova válvula, incluindo o ecocardiograma. O paciente e seus médicos também recebem um relatório detalhado sobre o procedimento com orientações e cuidados necessários após o implante de uma válvula no coração. O dentista também precisa ser informado desta nova condição. É muito importante que o paciente mantenha a guarda cuidadosa deste relatório para ser apresentado a outros profissionais de saúde que eventualmente necessitam atendê-lo em outras ocasiões.
É fundamental que o procedimento seja realizado com uma equipe certificada e com experiências em todas as técnicas de substituição e reparo valvar além de possuir título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. O Prof. Dr. Diego Gaia é certificado em todas as vias de acesso e é o responsável por um dos centros de treinamento certificados pelas Sociedades de Especialidade (Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina).
Perguntas Frequentes
O que é insuficiência aórtica e por que ela é perigosa?
A insuficiência aórtica ocorre quando a válvula aórtica não se fecha corretamente, permitindo que o sangue volte para o coração. Isso sobrecarrega o coração e, sem tratamento, pode evoluir para insuficiência cardíaca grave ou até morte súbita.
Quais são os sintomas da insuficiência aórtica?
Os principais sintomas incluem falta de ar, cansaço, palpitações, dor no peito, desmaios e inchaço nas pernas. Em muitos casos, a doença pode ser silenciosa por anos, sendo descoberta apenas em exames de rotina.
Como é feito o diagnóstico da insuficiência aórtica?
O diagnóstico é feito por um especialista com base na avaliação clínica e em exames como ecocardiograma, tomografia cardíaca e ressonância magnética, que avaliam a válvula, a função do coração e a aorta.
A insuficiência aórtica tem cura com remédios?
Não. Os medicamentos podem aliviar sintomas e controlar arritmias, mas não corrigem o defeito da válvula. A cura é possível apenas com cirurgia de substituição ou reparo da válvula.
Quando a cirurgia para insuficiência aórtica é indicada?
A cirurgia é indicada quando há sintomas, disfunção do ventrículo esquerdo ou dilatação progressiva do coração. Pacientes assintomáticos com comprometimento estrutural também podem se beneficiar da cirurgia precoce.
Quais são os tipos de cirurgia para insuficiência aórtica?
As opções incluem:
- Cirurgia convencional, com abertura do tórax;
- Cirurgia minimamente invasiva ou robótica, com incisões menores e recuperação mais rápida;
- Tratamento transcateter (TAVI), reservado a casos selecionados de alto risco.
Quanto tempo leva a recuperação após a cirurgia?
A recuperação varia conforme a técnica utilizada:
- Cirurgia convencional: 20 a 30 dias;
- Cirurgia minimamente invasiva: 15 a 20 dias;
- TAVI (em casos selecionados): 5 a 7 dias.
O Prof. Dr. Diego Gaia realiza cirurgia minimamente invasiva ou robótica?
Sim. O Prof. Dr. Diego Gaia é referência nacional em cirurgia valvar minimamente invasiva e robótica, com formação acadêmica na UNIFESP e vasta experiência em técnicas avançadas.
Como posso agendar uma consulta com o Dr. Diego Gaia?
Basta entrar em contato com nosso time de agendamento no site ou entrar em contato pelo WhatsApp ou telefone. A avaliação inicial permitirá esclarecer dúvidas e planejar o tratamento mais adequado.
Sobre o médico
Prof. Dr. Diego Gaia
Cirurgião Cardiovascular | CRM-SP 107683 | RQE 61429
Professor e chefe do Setor de Doenças Estruturais do Coração da Disciplina de Cirurgia Cardiovascular da Universidade Federal de São Paulo. com doutorado pela Escola Paulista de Medicina. Possui MBAs de Harvard e Insper SP, especializações em cirurgia minimamente invasiva na Bélgica e cirurgia robótica nos EUA. Coordena o setor de Cardiologia do Hospital Santa Catarina e Cirurgia Cardiovascular do Hospital AC Camargo. Reconhecido em 2019 pelo PCR London Valves por uma técnica inovadora, é Certificado por sociedades brasileiras em Cirurgia Cardiovascular e implante de próteses e soma mais de 1000 implantes realizados e técnicas pioneiras.
Destaques
- Doutor pela Unifesp
- Certificação em Cirurgia Robótica
- Certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular