Forame Oval Patente (FOP)

Cirurgião Cardiovascular

O que é Forame Oval Patente (FOP)?


forame oval patente (FOP) é uma comunicação entre os átrios do coração que deveria se fechar após o nascimento, mas permanece aberta em cerca de 25 a 34% da população adulta. Na maioria das pessoas, o FOP não causa sintomas. No entanto, em pacientes predispostos, pode permitir a passagem de microcoágulos diretamente do lado direito para o lado esquerdo do coração, podendo chegar ao cérebro e causar um acidente vascular cerebral (AVC).


Estudos mostram que até 40% dos AVCs criptogênicos (sem causa aparente) em jovens podem estar relacionados à presença do FOP.


Durante a vida fetal, o sangue atravessa o forame oval diretamente do átrio direito para o esquerdo, já que os pulmões ainda não estão funcionando. Após o nascimento, essa abertura costuma se fechar espontaneamente. Quando isso não ocorre, dizemos que há um forame oval patente (FOP).



Embora seja assintomático em muitos casos, ele pode representar risco silencioso em situações específicas.

Ilustração de um coração humano com forame oval patente (FOP), mostrando o fluxo sanguíneo e suas características anatômicas.
Agende uma consulta

Sintomas e Sinais


O FOP, por si só, não costuma causar sintomas diretos. Entretanto, ele está relacionado a condições como:

  • Acidente vascular cerebral (AVC)
  • Enxaqueca com aura
  • Embolia paradoxal (trombo vindo do sistema venoso que ultrapassa o FOP e atinge o cérebro ou pulmão)
  • Trombose venosa profunda com embolia pulmonar paradoxal


Os sintomas dependem do órgão afetado pela embolização:

  • Dormência ou paralisia em um lado do corpo
  • Dificuldade de fala ou compreensão
  • Alterações visuais
  • Cefaleia intensa ou recorrente
  • Perda de memória ou confusão mental
  • Dor abdominal (casos raros de embolia mesentérica)


Após um AVC sem causa definida, é essencial investigar a presença de FOP com exames adequados.

Diagnóstico


O diagnóstico requer avaliação por cardiologista e exames especializados, incluindo:

  • Ecocardiograma transtorácico com contraste (microbolhas)
  • Ecocardiograma transesofágico 3D com contraste (microbolhas)
  • Doppler transcraniano com contraste (microbolhas)
  • Ressonância magnética e tomografia cerebral (em casos de AVC)


ecocardiograma transesofágico é o exame de maior precisão para confirmar a presença e o tamanho do FOP.

Qual o tratamento do FOP?


Embora alguns casos possam ser apenas observados e receberem antiagregantes e/ou anticoagulantes, pacientes que sofreram AVC ou embolização têm indicação para o fechamento definitivo do forame oval, preferencialmente por cateterismo cardíaco.


Tratamento por Cateter – Fechamento Percutâneo do FOP

É a opção mais moderna, segura e menos invasiva. Consiste na inserção de uma prótese específica (como o dispositivo Amplatzer®) por meio de um cateter introduzido pela veia femoral (virilha).


Durante o procedimento um pequeno cateter é introduzido através de uma incisão de menos de 1 cm, sendo em seguida guiado até o coração por equipamentos modernos de imagem. Uma prótese especial é comprimida dentro de um pequeno tubo denominado cateter e posicionado no coração. Em seguida o médico especialista libera a prótese em sua posição correta.


O procedimento é realizado com anestesia local ou geral na dependência das condições do paciente. Em média, o procedimento dura 1 hora.

Em média o paciente permanece internado por 1-2 dias e retorna as suas atividades habituais em 5-7 dias.

Dispositivo médico: um filtro circular, em forma de malha, na extremidade de um tubo flexível, provavelmente usado para procedimentos médicos.

Etapas do procedimento:

  1. Avaliação pré-operatória com equipe multiprofissional (Heart Team)
  2. Procedimento em sala híbrida com anestesia local ou geral
  3. Cateterismo venoso com auxílio de fluoroscopia e ecocardiografia
  4. Posicionamento e liberação do oclusor no septo interatrial
  5. Alta hospitalar em 1 a 2 dias
  6. Retorno às atividades em 5 a 7 dias
Diagrama ilustrando um procedimento médico: Um paciente deita-se em uma mesa sob uma máquina de raio X enquanto monitora a anatomia do coração.

 Benefícios do fechamento por cateter:

  • Prevenção de novos AVCs
  • Recuperação rápida
  • Procedimento pouco invasivo
  • Evita uso crônico de anticoagulantes em muitos casos
  • Redução comprovada dos eventos embólicos
  • Melhora de sintomas em pacientes com enxaqueca (em alguns casos)


A prótese é biocompatível, não interfere com raio-X, aeroporto, micro-ondas ou outros dispositivos eletrônicos.

Ecocardiograma 3D de uma válvula cardíaca, mostrando uma estrutura texturizada marrom-dourada sobre um fundo azul-petróleo e preto.

Riscos e Contraindicações


Apesar de ser um procedimento seguro, nem todos os casos são elegíveis para o fechamento por cateter.


Contraindicações incluem:

  • Acesso venoso inadequado (veias muito finas)
  • Defeitos cardíacos associados
  • Presença de coágulo intracardíaco ativo
  • Distúrbios graves da coagulação
  • Infecções em atividade


A decisão deve ser tomada por equipe especializada, com base em avaliação clínica, exames e riscos individuais.

Após o procedimento


Após o fechamento do FOP:

  • O paciente é acompanhado em reavaliações regulares
  • Ecocardiogramas de controle são realizados
  • Medicamentos anticoagulantes ou antiplaquetários podem ser indicados por curto período
  • A reabilitação é orientada pela equipe multiprofissional
  • Um relatório médico completo é entregue para uso com outros profissionais de saúde

Por que escolher o Prof. Dr. Diego Gaia?


Prof. Dr. Diego Gaia é cirurgião cardiovascular, professor da UNIFESP – Escola Paulista de Medicina e referência nacional em procedimentos minimamente invasivos, incluindo o fechamento percutâneo do FOP. É responsável por um dos principais centros de treinamento em cirurgia cardíaca do Brasil.

Agende uma consulta

Perguntas Frequentes


  • O que é forame oval patente (FOP)?

    É uma comunicação entre os átrios do coração que persiste após o nascimento. Em algumas pessoas, pode permitir que coágulos passem diretamente para o lado esquerdo do coração e cheguem ao cérebro, causando um AVC.

  • FOP causa sintomas?

    Na maioria das pessoas, o FOP é assintomático. No entanto, pode estar relacionado a AVC criptogênico, enxaqueca com aura e embolia paradoxal.

  • Como é feito o diagnóstico do FOP?

    O diagnóstico é feito por exames como ecocardiograma com contraste (bubble test), ecocardiograma transesofágico 3D ou doppler transcraniano com contraste.

  • Todo FOP precisa ser tratado?

    Não. O tratamento é indicado principalmente para pacientes com AVC sem causa definida, embolia recorrente ou avaliação de risco aumentado por equipe especializada.

  • Como é feito o fechamento do FOP por cateter?

    É um procedimento minimamente invasivo. Um cateter introduzido pela virilha leva um dispositivo até o coração, que fecha o FOP de forma definitiva, sem necessidade de cirurgia aberta.

  • O procedimento dói? Precisa de anestesia?

    O procedimento é indolor e pode ser feito com sedação leve ou anestesia geral, com alta hospitalar em até 2 dias.

  • Quais os benefícios do fechamento por cateter?

    • Redução do risco de novos AVCs
    • Evita uso contínuo de anticoagulantes
    • Recuperação rápida
    • Procedimento seguro e eficaz
  • Quem pode realizar esse tratamento?

    O Prof. Dr. Diego Gaia é especialista com vasta experiência em fechamento percutâneo de FOP com dispositivos como o Amplatzer® e Cardioform ®.

  • Como agendar uma avaliação com o Dr. Diego Gaia?

    A consulta pode ser agendada pelo site, telefone ou WhatsApp. A avaliação inclui análise de exames e definição do tratamento mais adequado.

Sobre o médico

Prof. Dr. Diego Gaia


Cirurgião Cardiovascular | CRM-SP 107683 | RQE 61429


Professor e chefe do Setor de  Doenças Estruturais do Coração da Disciplina de Cirurgia Cardiovascular da Universidade Federal de São Paulo. com doutorado pela Escola Paulista de Medicina. Possui MBAs de Harvard e Insper SP, especializações em cirurgia minimamente invasiva na Bélgica e cirurgia robótica nos EUA. Coordena o setor de Cardiologia do Hospital Santa Catarina e Cirurgia Cardiovascular do Hospital AC Camargo. Reconhecido em 2019 pelo PCR London Valves por uma técnica inovadora, é Certificado por sociedades brasileiras em Cirurgia Cardiovascular e implante de próteses e soma mais de 1000 implantes realizados e técnicas pioneiras.


Destaques
  • Doutor pela Unifesp
  • Certificação em Cirurgia Robótica 
  • Certificado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular
saiba mais